Encontros Familiares


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The following is a list of all entries from the qualidade de vida category.

Como melhorar a auto-estima da criança no seio familiar

Um dos principais aspetos que está na base do desenvolvimento equilibrado da criança é a promoção de uma boa auto-estima no seio familiar, sendo que este é o principal meio de estimulação em que ela se insere e dentro do qual interage com as figuras de maior influência para o seu bem-estar emocional.
Os sentimentos de auto-estima apenas podem florescer numa atmosfera em que as diferenças são valorizadas, os erros são tolerados, a comunicação é aberta e as regras são flexíveis, ou seja, o tipo de atmosfera que se pode encontrar numa família carinhosa. (Satir, 1972)
As relações deverão ter por base o respeito entre os vários elementos da família e a criança não deve ser desvalorizada nem as suas opiniões/desejos/vontades devem ser menosprezadas, apenas por ser criança. É fundamental que diariamente os pais valorizem a singularidade e individualidade dos seus filhos para que eles cresçam a acreditar que serão adultos capazes de enfrentar todos os desafios e dificuldades.


A ternura maternal…

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Caso Clínico – O casal que não tinha tempo para si próprio

O caso que seguidamente vos irei apresentar pretende chamar a atenção para uma situação que várias vezes ocorre no seio familiar e que poderá ter repercussões negativas futuras se não forem adotadas algumas estratégias de resolução.
Conheci o casal Antunes (nome fictício tal como todos os outros a que farei referência neste blog) no âmbito da minha experiência enquanto psicoterapeuta. O acompanhamento surgiu porque a relação entre ambos se estava a tornar cada vez mais conflituosa: desde o nascimento do seu filho que o casal não tinha tempo para namorar, existiam muitas dificuldades ao nível da comunicação e Ana manifestava o desejo de ter outro filho ao contrário de Igor.
Dado que o discurso dos cônjuges se centrava muito em acusações e desqualificações mútuas, foi importante reenquadrar tais conflitos e devolver-lhes que a guerra entre ambos assentava na vontade e luta de cada um em ser amado pelo outro, uma vez que não têm criado espaços para esse amor se manifestar. Por outro lado, as “queixas” do casal eram sobretudo relativas a aspetos normativos da fase do ciclo vital em que se encontravam (“família com filhos pequenos”), tais como falta de tempo, interferência da família de origem (intromissão dos avós), regras e limites na educação de uma criança, etc. Ao longo da terapia foi conveniente a descentralização desses aspetos e fazer perceber ao casal que, naquele momento, o fulcral era trabalharem o seu amor e a relação conjugal, dado que as funções enquanto progenitores estavam a ser devidamente executadas.
Paralelamente, foi importante transmitir-lhes a ideia de que as fontes de stress se poderiam transformar em fontes de apoio (aproveitar a ajuda dos avós, por exemplo), encarando-as não como um foco de competição entre eles mas como uma ajuda para a concretização do amor e de uma boa relação. Ou seja, nestas situações é fundamental que haja discussões produtivas entre o casal, capazes de promover a colaboração e a cooperação entre ambos.
Perante crises como esta é fundamental trabalhar: a qualidade da relação conjugal anterior ao nascimento do filho (não descurando a “chama” e a paixão inicial), a qualidade do afeto conjugal presente que conta com a presença de um novo elemento (tríade) e a relação entre a díade conjugal e a díade parental (ou seja, a difícil função de ser pai/mãe e marido/esposa ao mesmo tempo).


Dirigido às nossas queridas mães:

Não sei de quem é, mas adorei :)


Pense nisto…


Não embrulhe os problemas

A chegada do Natal trás uma série de sentimentos antagónicos a cada um de nós enquanto adultos: uns adoram o rodopio das compras, as iluminações nas ruas, o frenesim dos centros comerciais, o cheiro da comida boa, as canções de Natal, …. Contudo, há também quem se sinta “deprimido”, nostálgico e um pouco abatido nesta quadra festiva, especialmente numa conjetura atual onde respiramos a crise por todo o lado e onde o dinheiro é cada vez mais reduzido.

Mas não nos podemos esquecer do seguinte: o Natal é das crianças e são elas as principais prejudicadas pelos sentimentos negativos que nos avassalam. Permitam-se a vocês mesmos disfrutar das coisas boas desta época e proporcionem a alegria, o entusiasmo e a alvoroço da quadra natalícia às crianças que vos rodeiam.

“De que forma isso é possível? A gastar dinheiro em presentes e em comida?”, podem vocês perguntar. Claro que faz parte da época algumas despesas extra, mas o mais importante é rechearem estes dias que se seguem até ao dia de Natal com alguns elementos essenciais que vos vão proporcionar um estado de espírito mais positivo e que, consequentemente, se espalhará para toda a família.

Tomem nota: a surpresa (principalmente as crianças adoram ser surpreendidas), a partilha de emoções positivas (pense em atividade que sejam capazes de proporcionar a si e à sua família sentimentos agradáveis), o entusiasmo perante a novidade (todos nós gostamos de coisas novas!), a troca de novas experiências (o ser humano está em constante aprendizagem, nunca se esqueça disso) e o fomentar das relações (que são a base da nossa vida e do nosso bem-estar). Seguem-se alguns exemplos de como pode aplicar estes cinco elementos em vários tipos de atividades.

Dica 1: Comida

– Faça receitas rápidas, baratas e simples com os seus filhos (as crianças adoram fazer guloseimas), com os seus amigos (chame a sua colega de trabalho para fazerem filhós em sua casa no fim de semana), com os seus familiares (peça à sua mãe para fazerem em conjunto aquelas rabanadas que só ela tem a receita) e vai ver como eles se vão sentir valorizados e voçê com mais energia positiva. Atualmente, há milhares de sites na internet onde pode ir buscar novas ideias. É uma forma de enriquecer o seu reportório culinário, passar mais tempo com quem gosta e adiantar as ementas do dia de Natal.

Brevemente irei revelar novas dicas.


Como varia a qualidade de vida ao longo das várias fases do ciclo de vida familiar?

Será que a qualidade de vida das famílias portuguesas varia conforme a fase de desenvolvimento que atravessam? Esta foi uma das questões às quais procurei responder no âmbito na minha tese de mestrado, de maneira a conseguir perceber de que modo as nossas famílias se organizam em função das tarefas desenvolvimentais inerentes a cada etapa do seu percurso (nascimento dos filhos, saída dos filhos de casa, reforma, etc).

O modo como o desenvolvimento vital da família é vivenciado por cada um dos seus membros, tem vindo a assumir cada vez mais relevância ao longo dos vários anos de investigação nesta área. Contudo, contamos ainda com uma escassez de estudos realizados com as famílias portuguesas que têm vindo a ser alvo de mutações transgeracionais.

Se pensarmos na evolução da sociedade moderna ocidental e no modo como conduziu a profundas alterações de ordem social, política, económica, cultural e, até mesmo, psicobiológica, certamente nos deparamos com algumas questões que nos remetem para a consequente repercussão nas dinâmicas familiares dos portugueses.

Assim, de que modo a evolução da socidade moderna afeta a qualidade de vida das famílias?

Considerando que as necessidades de desenvolvimento das famílias vão-se alterando consoante os filhos nascem, crescem e saem da casa dos pais, podemos descrever as várias etapas do ciclo de vida familiar (a partir do proposto por Hill e Rodgers) da seguinte maneira: jovem casal sem filhos, família com filhos pequenos e família com filhos em idade pré-escolar, família com filhos em idade escolar, família com filhos adolescentes, família lançadora, etapa do ninho vazio e família na reforma. Os diferentes estádios são definidos em função da presença e idade do filho mais velho no agregado familiar

As principais conclusões do estudo mostram que a perceção da qualidade de vida varia consoante as tarefas e crises associadas às sete etapas do ciclo de vida familiar e que tal perceção depende do nível sócio-económico, zona de residência e estrutura familiar (tipo de família) dos sujeitos.

Em termos globais, é nas etapas família com filhos pequenos e ninho vazio/reforma que as famílias atingem maior qualidade de vida, o que nos leva a afirmar que o ciclo vital familiar parece emergir de acordo com uma nova tendência constituída por dois momentos essenciais: um primeiro marcado pelo nascimento dos filhos e um outro que emerge no final do percurso familiar.

Por sua vez, é na fase de lançamento dos filhos (famílias lançadoras), na qual os individuos estão sujeitos a múltiplos desafios, que a qualidade de vida é menor.

Partilha desta opinião?

Qual a fase da vida familiar em que percecionou maior/menor qualidade de vida?